sexta-feira, 27 de junho de 2008

Artigo

A Produção do Racismo em livros Didáticos no Brasil

Ana Carolina Menezes de Moura

RESUMO

As argumentações que seguem neste artigo buscam trazer uma reflexão envolvendo questionamentos de fundamental importância no contexto da Educação.
O que pretendo abordar é a produção do Racismo em textos e ilustrações dos livros didáticos, identificando a presença de estereótipos negativos em relação aos negros, bem como o posicionamento dos professores enquanto mediadores desses esteorótipos na sua prática pedagógica.

PALAVRAS CHAVES: RACISMO. LIVRO DIDÁTICO. EDUCAÇÃO.

INTRODUÇÃO

Desde a vinda do negro ao Brasil, o colonizador tenta explicar a escravidão, opressão e a marginalização às quais foi submetido tal povo, através da atribuição de uma pretensa inferioridade bem como uma desumanização com a finalidade de destruir a identidade, auto-estima e reconhecimento dos valores e potencialidades de tal povo oprimido. Mais tarde, as teorias científicas disseminadas no século XIX, proporcionaram que a classe dominante dessa continuidade a essas ideologias inferiorizantes. Conseqüente, internalizou no próprio negro, como também na sociedade em geral, a noção de inferioridade, dita ”natural”, do negro, e a noção de superioridade, de perfeição, da raça branca.
Diante do exposto, é notório que, mesmo em tempos de Contemporaneidade, há persistência de tais ideologias com relação ao negro. Os ambientes escolares bem como toda sociedade brasileira encontram-se repletos dessa realidade, nas quais as diferenças étnico-culturais não são respeitadas nem valorizadas. Ao contrário disso, as discriminações são incentivadas, o que gera os preconceitos e práticas racistas por todo o país, apontando um racismo camuflado.
Os livros didáticos brasileiros são um exemplo explícito dessa situação, em que são encontrados textos e atividades que não oportunizam a construção da visão crítica do aluno, conduzindo-os a ser apenas um mero leitor, que concorda com as crueldades ideológicas fixadas pela elite dominante. O professor, por sua vez, é o representante dessas ideologias que a escola veicula, pois acaba reforçando a discriminação aos negros, devido a sua falta de percepção quanto ao estereótipo encontrado nos materiais didáticos.
As argumentações que seguem vão nos trazer uma abordagem em torno do estereótipo da figura do negro. Em seguida, uma análise da atuação dos professores no reforço desses preconceitos. E por fim, uma amarração a partir das novas demandas que objetiva romper com o imaginário negro excludente e reducionista.

O ESTEREÓTIPO

Em uma abordagem mais ampla:

“O estereótipo é uma visão simplificada e conveniente de um individuo ou grupo qualquer, utilizada para estimular o racismo. Ele constrói idéia negativa a respeito do outro, nascida da necessidade de promover e justificar a agressão, constituindo-se um eficaz instrumento de internalização da ideologia do branqueamento.” ( Silva, 2004, p. 47)

Nessa perspectiva, as ilustrações estereotipadas constituem um recurso eficaz para internalizar características estigmatizadas e desumanizadas às pessoas pertencentes aos segmentos oprimidos, assim como a influência negativa em suas autopercepção.
Na época da escravidão, o africano foi denominado como “selvagem”, “primitivo”, “mau”, para justificar sua subordinação e maus tratos. Além disso, usaram-se também outras expressões para qualificar o escravo, tais como “imoral”, “combativo”, bem como a escrava era qualificada como “insaciável por sexo”. O uso desses adjetivos tinha o intuito de aterrorizar os senhores, alertando-lhes dos perigos que corriam em conviver com indivíduos que a qualquer instante poderiam matá-los e comprometer a” moral” individual no seio familiar, devido a sua avidez sexual.
Propondo o estereótipo, a ideologia consegue imbutir ao próprio estereotipado uma imagem negativa, com o intuito de oprimi-lo e inferiorizá-lo. No entanto, o pior dos efeitos da influência do estereótipo é a auto-rejeição bem como a repulsão ao outro. É essa aversão contra si próprio que propunha a ideologia , um modelo traiçoeiro de inferiorização que resulta em separação individual e desmobilização coletiva.
Os materiais pedagógicos têm papel fundamental na multiplicação das ilustrações depreciativas, caricatas, já que reproduzem visões estigmatizadas dos grupos oprimidos da sociedade. Dentre as várias conseqüências da internalização do estereótipo, podemos destacar a discriminação do mercado de trabalho para o estereotipado. Através do disfarce de “boa aparência”, “perfil adequado”, o negro é também excluído, já que baseia-se na sua falsa imagem de feio, incapaz, mau, sujo , desonesto.
Os livros didáticos, em suma, denominados como os detentores da verdade, acabam camuflando o processo histórico cultural dos segmentos oprimidos como índios, negros, entre outros. Ao negro, em particular, sua mínima participação nos livros e a sua rara ilustração de forma estereotipada contribuem, na maioria das vezes, para o recalque de sua identidade e auto-estima.
È importante ressaltar que não é somente o livro o manipulador de ideologias. No entanto, devido ao seu caráter “verdadeiro”, pela importância que lhe é dada, e exigência de seu uso na formação dos jovens, transmite uma visão distorcida da realidade humana e social.

“Nesses livros, a experiência da criança negra está excluída do processo de comunicação, uma vez que o autor se dirige apenas ao público nele representado, constituído por crianças brancas de classe média. Essas obras são produzidas para educar crianças, e educá-las mal, constituindo-se em veículo de preconceito contra a criança negra.” (Negrão, 1986, apud SILVA, 2004, p.51)

As crianças negras acabam internalizando essas visões contidas nos livros. Conseqüentemente, contribuindo para desagregação de sua identidade racial ocasionado pela omissão de sua história, cultura, valores, experiências. Enquanto isso, as crianças brancas adquirem tais depreciações, relacionando os negros como desumano, subserviente, incapaz, em outras palavras, uma “educação” para a visão esteorotipada do negro.
A partir disso, é notória a padronização dos livros, cuja distribuição é controlada pelo Mec. Os mecanismos de seleção e distribuição constituem sinalizadores que propiciam a uniformidade dos livros didáticos já que não mostram críticas das “veracidades” fixadas e da ideologia por eles propagados. O livro didático constitui mais um instrumento em prol dos interesses dos privilegiados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS...

Diante do exposto, nota-se a superficialidade da presença do negro nos livros didáticos. E quando o mesmo estava presente nas narrativas, a personagem negra era delineada com características lamentáveis, caricatas, animalizadas, bem como exercendo funções sociais inferiores.
Além disso, é explicito que a escola dificilmente garante uma política educacional que resulte na aceitabilidade das diferenças. O professor, posicionando-se longe das questões e conceitos de raças, etnias e preconceitos, acaba reforçando um imaginário depreciativo sobre o negro.
Em suma, é de extrema relevância uma reformulação das políticas educacionais em prol de novos posicionamentos, não só do livro e materiais didáticos, já que não são apenas estes os responsáveis em veicular os estereótipos em relação ao negro. Além disso, é muito importante a sensibilização dos professores para as ideologias e estereótipos que o livro veicula já que as ações dos mesmos são de extrema relevância para a desmistificação das ideologias veiculadas através do currículo escolar e no processo de reestruturação do saber do aluno.

REFERÊNCIAS:

LIMA, Heloisa P. Histórias de Preta. São Paulo: Companhia das letras. 1ª edição, 2000.
MACEDO, Aroldo; OSWALDO, Faustino. Luana. São Paulo: FTD. 1 ª edição, 2000.
MACHADO, Ana Maria. Menina Bonita do laço de fita. São Paulo: Editora Ática. 7ª edição, 2001.
SILVA, Ana Célia. A Discriminação do negro no livro didático. 2ª ed. Salvador: EDUFBA, 2004.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Aula do dia 16/06/08

Na minha postagem anterior ( dia 09/06/08) praticamente iniciei a reflexão com a seguinte indagação: - ...Além do mais como isso poderia está se relacionando no âmbito educativo?
Tal pergunta foi direcionada ao rádio , tema apresentado muito bem por Carla e Joselice.
Hoje, depois que todas as equipes se apresentaram, pude perceber a importância de elevar a educação no sentido mais amplo, ou seja, a Educação não deve ser apenas concebida na escola, ela está em todos os espaços e deve ser relacionada intimamente com a sociedade.
Diante de tudo que foi explicitado e discutido nos seminários , noto que a utilização das tecnologias na sala de aula muito tem a contribuir no aprendizado dos alunos e também dos professores. Além disso, o dinamismo que as "TICS" proporciona aos seus usuários com certeza proporcionará a motivação, participação , interesse dos alunos pelas aulas.
No entanto, é preciso que se "quebre" paradigmas tradicionais com o intuito de construirmos novos discursos articulados a nova prática.
Volto a dizer que a inclusão digital não significa apenas acessibilidade.... Habilidades essenciais devem ser desenvolvidas para que os individuos participem, produzam, colaborem, reflitam .... Isso se acontece a partir de espaços interativos!!!!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Aula do dia 09/06/08

Hoje as equipes de Rádio e Vídeo se apresentaram!!
A equipe de rádio levou temas que para mim até então pouco conhecia. Além do mais como isso poderia está se relacionando no âmbito educativo?? Notei a íntima relação que existe entre o rádio e a educação e a partir da quebra dessa barreira pude refletir como estás experiências seriam válidas para trabalharmos na escola...
a experiência da Rádio Faced é uma boa referência ... Desde já pude notar que como habitualmente é remetido, o rádio ser inserido nas escolas apenas no horário de lazer... E com certeza não pudemos cometer o mesmo erro .... A escola teria que preparar o individuo em todas as suas dimensões e é claro isso não quer dizer em substituição dos métodos habituais de ensino!

Aula do dia 02/06/08: Dada a largada...!!

Iniciamos as apresentações dos seminários. E como a professora Bonilla deixou bem esclarecido que não se tratava de um seminário como estavámos acostumados a apresentar. E foi realmente o que aconteceu!
Fiz parte da equipe de Impressos e Educação desde então procuramos levar temas polêmicos capazes de levantar questionamentos !!! Escolhemos falar sobre : a história do impresso ; tipos de impresso ; a produção de impresso na escola focando em temas do racismo em livro didático e histórias em quadrinhos na escola; livro virtual x livro eletrônico , leitura: ler por prazer , para estudar ou para se informar? e a formação de professores´para o uso dos impressos
Eu e minha equipe não ficamos apenas preocupados em investir em slides... levamos também materiais "concretos" a respeitos dos temas que estavámos tratando para que pudessemos discutir as possibilidades, dificuldades dentre outras provocações.
Ah! Outra coisa bastante interessante foi o envolvimento da equipe... a minha em particular mostrou o entrosamento já que independente do que iríamos falar também intervimos nas explicitações dos outros componentes da equipe!!
Finalizo a minha postagem de hoje dizendo que realmente o seminário no qual apresentei na disciplina Educação e Tcnologias foi bastante diferente das outras que já tinha apresentado... já que não se tratava em apenas repassar os conteúdos sem nenhuma manifestação dos demais colegas!!
Além disso gostaria de argumentar , em poucas palavras , a respeito do tema no qual trabalhei com minha equipe! Com certeza , é de extrema relevância o uso de novas tecnologias mas isso não quer dizer que as típicas aulas expositivas deixaram de existir ... Mas o grande sentido é sabermos diversificar as nossas aulas com o intuito de torná-la mais interativa , todos deverão participar !!!

Aula do dia 26/05/08

Hoje todas as equipes deveriam apresentar os seus trabalhos bem como explicitar todo o andamento. À medida que íamos apresentando , a professora bem como a turma poderiam criticar , elogiar , dá sugestões enfim o espaço estava berto para qualquer manifestação!!! vejo esse tipo envolvimento dentro de uma instituição Educativa algo bastante importante já que todos independente do que era remetido a fazer , teriam que participar , colaborar em um outro tema!!
Eu , particularmente, sinto-me satisfeita!! Apesar das modificações que terei que fazer no meu trabalho com a minha equipe , vir que todo o esforço foi válido e com certeza com o aprimoramento das nossos trabalhos os resultados serão cada vez melhor!!

Aula 19/05/08

Demos continuidade a elaboração dos trabalhos de Multímidia bem como Organização para o seminários!!

As dificuldades ainda persistem .... Mas com certeza não nos afligem tanto como nos primeiros momentos!!Acredito que trabalhar em equipe pode ser complicado !! Entretanto, podem nos fornecer ensimamentos como lidar com as diferenças de opiniões , conceitos , aptidões , limitações ... que com certeza iremos levar para toda nossa vida!!

Aula do dia 12/05/08

Aula de hoje foi basicamente direcionada a produção dos trabalhos de Multimídia bem como a organização dos seminários.
Mesmo diante das dificuldades que estamos encontrando no programas estamos caminhando a passos largos (rsrsrs)
Com certeza o auxílio de Luciana na produção do nosso trabalho foi muito positiva . Ela sempre disposta a tirar as nossas dúvidas além de nos incentivarmos a descobrir os "caminhos " que o Linskape disponibilizava para enriquecer o nosso trabalho. valeu Luciana!!!
Procuramos aproveitar o máximo os momentos que ela estava presente!!!
E mesmo quando estávamos sozinhas e a dpuvida pesistia , sempre me remetia a uma frase que a professora Bonilla menciona nas aulas: - Futuquemmmm!!! E assim fizemos , desvendamos alguns mistérios , descobrimos coisas que até então não imaginaríamos que seria possivel!! Mesmo que algumas dúvidas ainda permanecesse procuramos nos sentir vitoriosas alcançamos várias etapas!!!